quarta-feira, 31 de março de 2010

-Não deixe de perdoar os seus inimigos - nada os aborrece tanto.

-O mistério do amor é maior que o mistério da morte.

-O homem pode suportar as desgraças, elas são acidentais e vêm de fora: o que realmente dói, na vida, é sofrer pelas próprias culpas.

-Todo o mundo sabe compadecer o sofrimento de um amigo, mas é preciso ter uma alma realmente bonita para se apreciar o sucesso de um amigo.

-O egoísmo não consiste em vivermos os nossos desejos, mas sim em exigirmos que os outros vivam da forma como nós gostaríamos. O altruísmo consiste em deixarmos todo o mundo viver do jeito que bem quiser.

-Um homem que não tem pensamentos individuais é um homem que não pensa.

-Hoje em dia tendemos a considerar a vida como uma investigação teórica, mas ela não é uma investigação: é um sacramento; o ideal dela é o amor, sua purificação é o sacrifício.

-Que sorte têm os atores! Cabe a eles escolher se querem participar de uma tragédia ou de uma comédia, se querem sofrer ou regozijar-se, rir ou derramar lágrimas; isto não acontece na vida real. Quase todos os homens e mulheres são forçados a desempenhar papéis pelos quais não têm a menor propensão. O mundo é um palco, mas os papéis foram mal distribuídos.

-Só há uma coisa pior que estar na boca do povo; e é ser simplesmente ignorado.

-A Crítica, tanto na mais elevada quanto na mais baixa de suas expressões, não passa de uma forma de autobiografia.

-Revelar a arte e ocultar o artista, eis a finalidade da arte.

-Escolho meus amigos pela beleza, os meus conhecidos pela respeitabilidade, e os meus inimigos pela inteligência.

-Não há livros morais e livros imorais. Há livros bem escritos e livros mal escritos, só isso.

-A fé é a coisa mais complexa que eu conheço. Supõe-se que acreditemos todos na mesma coisa de forma diferente. É como se estivéssemos todos comendo do mesmo prato com colheres de várias cores.

-Até agora eu ignorava o que fosse o terror: mas já sei. É como se uma mão de gelo agarrasse o coração. É como se o coração palpitasse, até arrebentar, num abismo vazio.

-O homem culto é aquele que sabe encontrar um significado bonito para as coisas bonitas. Para ele a esperança é um fato real.

-As leis são feitas para que as autoridades possam se esquecer delas,assim como realizam-se casamentos para que o tribunal do divórcio não fique ocioso.

-Só os que perderam a cabeça sabem raciocinar.

-Hoje em dia conhecemos o preço de tudo e o valor de nada.

-A única diferença que existe entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho é muito mais duradouro.

-A finalidade do mentiroso é simplesmente fascinar, deliciar, proporcionar regozijo. Ele é o fundamento da sociedade civilizada.

"A beleza é uma forma da genialidade-aliás, é superior à genialidade na medida em que não precisa de comentário. Ela é um dos grandes fatos do mundo, assim como a luz do Sol, ou a primavera, ou a miragem na água escura daquela concha de prata que chamamos de lua. Não pode ser interrogada, é soberana por direito divino."

- Segundo alguns, as mulheres amam com os ouvidos, exatamente como os homens amam com os olhos; admitindo-se que realmente amem.

- Experiência é o nome que todos dão aos seus próprios erros.

- É tão fácil converter os outros. É tão difícil converter a nós mesmos.

- Adoro as coisas simples. Elas são o último refúgio de um espírito complexo.

- Todos nós estamos na lama, mas alguns sabem ver as estrelas.

- Aquele que sabe dominar os convidados num jantar em Londres pode dominar o mundo. O futuro pertence aos requintados. Os charmosos dominarão o mundo.

- O mundo foi feito por loucos para que os sábios nele pudessem viver.

- Viver é a coisa mais rara do mundo. Muitas pessoas existem, só isso.

- A tragédia da velhice consiste não no fato de sermos velhos, mas sim no fato de ainda nos sentirmos jovens.

- Para entrar na alta sociedade, hoje em dia, é preciso comprazer às pessoas, ou saber diverti-las, ou escandalizá-las; basta isso.

Diário de Jonathan

Sei como é. Já morri tem tempo. Sou apenas um charlatão fingindo amar a vida.
Mas será mesmo que essas pessoas são tão importantes assim na nossa vida a ponto de dicidirem como vamos nos sentir? Não seria uma loucura da nossa cabeça cansados pela espera do amor e criando uma ideia de pessoas perfeitas para nós?Será mesmo que existem pessoas perfeitas para nós?Ou é apenas um pretexto pra continuar acreditando na perfeição.
Eu vou deixar o tempo curar...
Se é que tem algo pra ser curado em mim.
Sinto um vazio e não é fome-rsrsrs
Bom! Na verdade vou até comer um pouco.Mas sei que o vazio continuará ...
Ele demora muito a passar.
Mas um dia passa.
Ele sempre passa.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Diário de Jonathan

Minha vida é um desastre.Vivo me perdoando a cada segundo.Como se fosse perfeito.Eu caminho com passos incertos. Pescoço próximo ao ceifador.Estou sob pena de morte .Nós estamos.Na verdade hoje eu não me alcanço...Amanhã quem sabe .A única coisa que me espera é o inesperado.A vida é um livro inédito.Tudo pode acontecer....Que medo!Eu vivo me perdendo.Estou perdidinho agora mesmo-rsrs
Talvez aprenda algo com isso.Talvez não aprenda nada.Talvez nem eu, nem a própria vida tenha algum propósito pra mim.Estou sozinho.Na verdade tenho sempre a mim.Será que tenho mesmo?E continuo caminhando no caminho incerto....Às vezes dá medo.
Não me assustem!Sou assustadíssimo!

Faxina na alma

Não importa onde você parou...
em que momento da vida você cansou...
o que importa é que sempre é possível e
necessário "Recomeçar".
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
é renovar as esperanças na vida e o mais importante...
acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período?
foi aprendizado...
Chorou muito?
foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas?
foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só por diversas vezes?
é porque fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido?
era o início da tua melhora...
Pois é...agora é hora de reiniciar...de pensar na luz...
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Que tal um novo emprego ?
Uma nova profissão ?
Um corte de cabelo arrojado...diferente?
Um novo curso...ou aquele velho desejo de aprender a
a pintar...desenhar...dominar o computador...
ou qualquer outra coisa...
Olha quanto desafio...! quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te
esperando.
Tá se sentindo sozinho?
besteira...tem tanta gente que você afastou com seu "período de
isolamento"...
tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para "chegar" perto de
você.
Quando nos trancamos na tristeza...
Nem nós mesmos nos suportamos...
ficamos horríveis...
o mal humor vai comendo nosso fígado...
até a boca fica amarga.
Recomeçar...hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você quer chegar? ir alto... sonhe alto...queira o melhor do
melhor...
queira coisas boas para a vida...pensando assim trazemos prá nós aquilo
que desejamos...pensamos pequeno... coisas pequenas teremos...
já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo
melhor...
melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da faxina mental...
joga fora tudo que te prende ao passado...ao mundinho de coisas
tristes...
fotos...peças de roupa, papel de bala...ingressos de cinema ..bilhetes de
viagens... e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos
apaixonados...
jogue tudo fora...mas principalmente... esvazie seu coração...
fique pronto para a vida... para um novo amor...
Lembre-se somos apaixonáveis...
somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes...
final de contas...
Porque somos do tamanho daquilo que vemos,
e não do tamanho da nossa altura.
( Carlos Drummond de Andrade )

sábado, 27 de março de 2010

Clarice Lispector descartou influência de Virginia Woolf e Sartre



Em 1919, quando tentava escapar das perseguições dos comunistas na Ucrânia, a mãe de Clarice, a judia Mania Lispector, foi estuprada e contraiu sífilis. Aparentemente para tentar se curar, ficou grávida e, na fuga pelo território ucraniano, nasceu Chaya Pinkhasovna Lispector, em 10 de dezembro de 1920 (na época, pensava-se que uma mulher doente, com certas doenças, poderia se curar se ficasse grávida. Recentemente, em busca de informações sobre a família Lispector, Moser visitou a Ucrânia e descobriu que a crença persiste entre as mulheres do povo). Chaya significa “vida” em hebraico. No Brasil, o nome foi trocado para Clarice. Os pais, Pinkhas (mudou o nome para Pedro) e Mania (virou Marieta), chegaram ao Brasil, em 1922, com as três filhas, Elisa (o nome era Leah), Tânia e Clarice. Moraram em Maceió, Recife (paixão de Clarice) e Rio de Janeiro.

Aos 23 anos, Clarice publicou “Perto do Coração Selvagem” — obra de gênio que entortou a cabeça dos críticos — os prós e os contras. A recepção foi positiva, mas houve quem, como Álvaro Lins, atacasse com certa fúria. Talvez não tenha compreendido a “forma” do romance.

O escritor português Lobo Antunes, possivelmente numa leitura redutora, disse, numa entrevista publicada no livro “Uma Longa Viagem com António Lobo Antunes” (Porto Editora, 496 páginas), que a escritora surrupiou trechos da obra da inglesa Virginia Woolf. Lobo Antunes não diz quais são os trechos. A versão de Clarice, que morreu em 1977, aos 56 anos.Um dia antes de seu 57° aniversário :“As críticas não me fazem bem. A do Álvaro Lins [...] me abateu e isso foi bom de certo modo. Escrevi para ele dizendo que não conhecia Joyce nem Virginia Woolf nem Proust quando fiz o livro, porque o diabo do homem só faltou me chamar ‘representante comercial’ deles”. Mais tarde, voltou ao assunto: “Não gosto quando dizem que tenho afinidade com Virginia Woolf (só a li, aliás, depois de escrever o meu primeiro livro): é que não quero perdoar o fato de ela se ter suicidado. O horrível dever é ir até o fim”.

Moser relata que “A irmã de Shakespeare”, texto de Clarice, é uma “reelaboração de um conto de Virginia Woolf sobre a hipotética Judith Shakespeare. ‘Quem’, Clarice citava a célebre frase de Woolf, ‘poderá calcular o calor e a violência de um coração de poeta quando preso no corpo de uma mulher?’”.

Clarice também rejeitava a comparação com a literatura de Jean-Paul Sartre, o de “A Náusea”. “Minha náusea é diferente da náusea de Sartre, porque quando eu era pequena não suportava leite, e quase vomitava o que tinha que beber. Pingavam limão na minha boca. Quer dizer, eu sei o que é a náusea no corpo todo, na alma toda. Não é sartriana”, frisou a autora de “O Lustre”. Ao comentar este romance, Moser escreve: “... o mundo exterior, para Virgínia [personagem do livro], não existe. A propósito, essa é outra razão pela qual as comparações de Clarice Lispector com Sartre são tão descabidas: o mundo da política, do ‘novo homem’, da revolução e da ideologia, é totalmente alheio a ela. (...) A liberdade de Virgínia vem somente de dentro.” Clarice, por sua própria história, não era, não tinha como ser stalinista ou engajada. Seu engajamento, se se pode assim, era mais literário, embora não fosse afeita a correntes estéticas. Não era missionária. Ou, se era, integrava uma “igreja” de um único membro. Era uma rebelde cuja causa era sua literatura.

Mesmo uma crítica positiva, feita pelo amigo Lúcio Cardoso, recebe reparos: “Gostei tanto. Fiquei assustada com o que você diz — que é possível que meu livro seja o meu mais importante. Tenho vontade de rasgá-lo e ficar livre de novo: é horrível a gente já estar completa”.

Na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, quando seu marido era vice-cônsul em Napoles, Clarice atuou, ao lado da célebre enfermeira Elza Cansanção Medeiros, no auxílio aos pracinhas. “Visito diariamente todos os doentes. Dou o que eles precisam, converso, discuto com a administração pedindo coisas”, escreveu Clarice para Lúcio Cardoso.

O suposto interesse de Clarice por mulheres não é objeto de estudo do nem sempre discreto Moser. Há uma referência velada, quando Moser se refere à paixão de Clarice pela literatura de Katherine Mansfield. A brasileira leu “Felicidade”, livro da neozelandesa, e disse: “Este livro sou eu”. A Lúcio Cardoso, escreveu de Nápoles: “Não pode haver uma vida maior que a dela, e eu não sei o que fazer simplesmente. Que coisa absolutamente extraordinária que ela é”. A versão de Moser: “... a declaração ‘Não pode haver uma vida maior do que a dela’ levanta a questão sobre o que Clarice queria dizer a respeito de uma vida que incluía amantes de ambos os sexos, doença venérea, depressão, tuberculose e morte aos 34 anos”.

O interesse de Clarice por Spinoza e a influência do filósofo holandês em sua obra mostra uma autora muito mais densa do que habituei-me a pensar. “O romance que ela inicia em março de 1942, ‘Perto de Coração Selvagem’, torna óbvio que ela lera Spinoza com atenção”, sustenta Moser. “Eles compartilhavam certas similaridades biográficas importantes.”

Os amores de Clarice aparecem, em doses homeopáticas. O primeiro amor foi o escritor Lúcio Cardoso, o “Dostoiévski brasileiro”. A intensa paixão não foi correspondida, porque Lúcio Cardoso era homossexual juramentado. A escritora disse que iria “salvá-lo”, mas Francisco de Assis Barbosa (o grande biógrafo de Lima Barreto) pôs o pingo no i: “Ele nunca vai casar com você, é homossexual”. “Em tantas coisas éramos tão fantásticos que, se não houvesse a impossibilidade, quem sabe teríamos nos casado”, escreveu Clarice. “Mas eu vou salvá-lo. Ele vai gostar de mim”, replicou Clarice. Assis Barbosa estava certo.

O diplomata Maury Gurgel Valente, com quem Clarice se casou, parece ter sido o amor da acomodação. Gurgel era mais apaixonado do que ela. Pós-Gurgel, pai de seus filhos, Clarice apaixonou-se pelo poeta mineiro Paulo Mendes Campos (“Byron, aos 23 anos”). “Por um breve tempo, Clarice e Paulinho viveram uma grande paixão. (...) Formavam um estranho casal: Clarice, alta, loura e fascinante; e Paulinho, (...) baixo, moreno e, apesar do charme, fisicamente pouco atraente” (fico com a impressão de que Moser tem um estranho ciúme de Clarice). “Em termos de neurose, os dois foram feitos um para o outro”, disse Ivan Lessa.

Irritada com a traição de Campos, sua mulher, uma inglesa, ameaçou levar os filhos para a Inglaterra. O poeta recuou e abandonou Clarice. A escritora pediu o apoio do romancista Autran Dourado, que preferiu não se intrometer. “Ela o amou até morrer”, contou Rosa Cass, amiga da escritora.

Vários homens se apaixonaram pela “belíssima” e inteligente Clarice. Um deles, Ulysses Girsoler, terapeuta que trabalhava na Suíça, ficou loucamente apaixonado. Não há indícios de que tenha sido correspondido. Pelo contrário, teve de sair de Berna, por conta de sua paixão. Ulysses aplicou “um prolongado teste de Rorschach” e os resultados foram surpreendentes mas verdadeiros (páginas 257 e 258).

Os pequenos erros não invalidam o trabalho criterioso de Moser, de 33 anos. Uma falha é mais grave: a editora não publicou as notas do capítulo 8 — “Melodrama nacional”. A assistente editorial da Cosacnaify, Flávia do Lago, disse ao Jornal Opção e à Revista Bula que houve “um erro de revisão”, a ser corrigido na segunda edição. “Para corrigir a falha, a editora disponibiliza as notas faltantes para que sejam impressas ou baixadas no computador”. Numa edição tão cuidadosa, em que se fala excessivamente da beleza de Clarice, há apenas uma fotografia. Recomendo, para os aficionados, o livro “Clarice Fotobiografia” (Edusp e Imprensa Oficial, 652 páginas), de Nádia Battella Gotlib, também biógrafa da escritora. Há belíssimas fotos de Clarice, parentes e amigos.

O cachorro Dilermando

Quando morou em Nápoles, Clarice Lispector adotou o cachorro Dilermando, encontrado na rua. “Quanto a mim, foi só olhar que logo me apaixonei pela cara dele.”

O relato de Clarice: “Apesar de ser italiano, tinha cara de brasileiro e cara de quem se chama Dilermando. Paguei um dinheiro para a dona dele e levei Dilermando para casa. Logo dei comida a ele. Ele parecia tão feliz por eu ser dona dele que passou o dia inteiro olhando para mim e abanando o rabo. Vai ver que a outra dona dele batia nele [...] Dilermando gostava tanto de mim que quase endoidecia quando sentia pelo faro o meu cheiro de mulher-mãe e o cheiro do perfume que uso sempre. [...] Ele detestava tomar banho, pensava que a gente era ruim quando obrigava ele a esse sacrifício. Como dava muito trabalhar dar banho todos os dias e como ele fugia da banheira todo ensaboado, terminei dando banho só duas vezes por semana. O resultado, é claro, é que ele tinha um cheiro muito forte de cachorro e eu logo sentia com o meu faro, porque gente também tem faro”.

“Quando eu estava escrevendo à máquina, ele ficava meio deitado ao meu lado, exatamente como a figura da esfinge, dormitando. Se eu parava de bater por ter encontrado um obstáculo e ficava muito desanimada, ele imediatamente abria os olhos, levantava alto a cabeça, olhava-me, com uma das orelhas de pé, esperando. Quando eu resolvia o problema e continuava a escrever, ele se acomodava de novo na sua sonolência povoada de que sonhos — porque cachorro sonha, eu vi. Nenhum ser humano me deu jamais a sensação de ser tão totalmente amada como fui amada sem restrições por esse cão.” Em Napoles, Clarice teve depressão.

Às irmãs Elisa e Tânia, a autora de “O crime do professor de matemática” escreveu: “Você não sabe que revelação foi para mim ter um cão, ver e sentir a matéria de que é feito um cão. É a coisa mais doce que eu já vi, e cão é de uma paciência para com a natureza impotente dele e para com a natureza incompreensível dos outros... E com os pequenos meios que ele tem, com uma burrice cheia de doçura, ele arranja um modo de compreender a gente de um modo direto. Sobretudo Dilermando era uma coisa minha eu que não tinha que repartir com ninguém”.

Quando se mudou para a Suíça, teve de deixar Dilermando. “Para expiar a culpa por ter abandonado Dilermando, ela escreveu um conto, ‘O crime’, publicado num jornal do Rio em 25 de agosto de 1946. Ampliado e rebatizado de ‘O crime do professor de matemática’, esse é o mais antigo dos treze famosos contos de ‘Laços de Família’”, revela Benjamin Moser.

Trecho do conto “O crime do professor de matemática”

“Enquanto eu te fazia à minha imagem, tu me fazias à tua. Dei-te o nome de José para te dar um nome que te servisse ao mesmo tempo de alma. E tu — como saber jamais que nome me deste? Quanto me amaste mais do que te amei, refletiu. Nós nos compreendíamos demais, tu com o nome humano que te dei, eu com o nome que me deste e que nunca pronunciaste senão com o olhar insistente, pensou o homem com carinho. Lembro-me de ti quando eras pequeno, tão pequeno, bonitinho e fraco, abanando o rabo, me olhando, e eu surpreendendo em ti uma nova forma de ter minha alma. Eras todos os dias um cachorro que se podia abandonar”. (Do livro “Laços de Família”, de Clarice Lispector)

Chaya Lispector: o outro lado de Clarice

"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria." (Clarice Lispector)
Se estivesse em vida corpórea, Chaya estaria completando 90 anos (10/12/1920 depois de 09/12/1977).

Chaya que em hebraico significa ‘vida’ – e que também tem a apropriada conotação de “animal” é o verdadeiro nome de Clarice Lispector. Nome que a escritora de Felicidade Clandestina fez questão de ocultar.
.
"Há tantos anos me perdi de vista que hesito em procurar me encontrar. Estou com medo de começar. Existir me dá às vezes tal taquicardia. Eu tenho tanto medo de ser eu. Sou tão perigoso. Me deram um nome e me alienaram de mim."


Deixo o meu aplauso em escrita homenageando (de forma singela) a escritora que expôs em sua obra a alma de uma mulher só, mas que interiormente encontramos toda a gama da experiência humana em seus escritos: nativa e estrangeira, judia e cristã, bruxa e santa, homem e lésbica, criança e adulta, animal e pessoa, mulher e dona de casa: “eu sou vós mesmos”.

"Não ler o que escrevo como se fosse um leitor. A menos que esse leitor trabalhasse, ele também, nos solilóquios do escuro irracional. Se este livro vier jamais a sair, que dele se afastem os profanos. Pois escrever é coisa sagrada onde os infiéis não têm entrada. Estar fazendo de propósito um livro bem ruim para afastar os profanos que querem "gostar". Mas um pequeno grupo verá que esse "gostar" é superficial e entrarão adentro do que verdadeiramente escrevo, e que não é "ruim" nem é "bom". A inspiração é como um misterioso cheiro de âmbar. Tenho um pedacinho de âmbar comigo. O cheiro me faz ser irmã das santas orgias do Rei Salomão e a Rainha de Sabá. Benditos sejam os teus amores. Será que estou com medo de dar o passo de morrer agora mesmo? Cuidar para não morrer. No entanto eu já estou no futuro. Esse meu futuro que será para vós o passado de um morto. Quando acabardes este livro chorai por mim um aleluia. Quando fechardes as últimas páginas deste malogrado e afoito e brincalhão livro de vida então esquecei-me. Que Deus vos abençoe então e este livro acaba bem. Para enfim eu ter repouso. Que a paz esteja entre nós, entre vós e entre mim. Estou caindo no discurso? Que me perdoem os fiéis do templo: eu escrevo e assim me livro de mim e posso então descansar."

sexta-feira, 26 de março de 2010

O Amor

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer
seu coração parar de funcionar por alguns segundos,
preste atenção: pode ser a pessoa
mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento,
houver o mesmo brilho intenso entre eles,
fique alerta: pode ser a pessoa que você está
esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo
for apaixonante, e os olhos se encherem
d'água neste momento, perceba:
existe algo mágico entre vocês.

Se o 1º e o último pensamento do seu dia
for essa pessoa, se a vontade de ficar
juntos chegar a apertar o coração, agradeça:
Algo do céu te mandou
um presente divino : O AMOR.

Se um dia tiverem que pedir perdão um
ao outro por algum motivo e, em troca,
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos
e os gestos valerem mais que mil palavras,
entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste,
se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa
sofrer o seu sofrimento, chorar as suas
lágrimas e enxugá-las com ternura, que
coisa maravilhosa: você poderá contar
com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir, em pensamento, sentir
o cheiro da pessoa como
se ela estivesse ali do seu lado...

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos,
chinelos de dedo e cabelos emaranhados...


Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...

Se você não consegue imaginar, de maneira
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a outra
envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção
que vai continuar sendo louco por ela...

Se você preferir fechar os olhos, antes de ver
a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes
na vida poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.

Às vezes encontram e, por não prestarem atenção
nesses sinais, deixam o amor passar,
sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem
cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!

( Carlos Drummond de Andrade )

Viver Não Dói

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.
Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade..

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

( Carlos Drummond de Andrade )

Diário de Jonathan?Não somente.

Sou um charlatão.Só consigo escrever desta forma nos momentos de inspiração.As pessoas se encantam com o que escrevo.Eu não sou isso.Depois volto ao que fui, sou, era.
Todos nós estamos sob pena de morte. Enquanto escrevo posso morrer. Um dia morrerei pra sempre.Será que será pra sempre?
Até agora só conheço a morte do sono.Eu Vivo me matando todas as noites.
Às vezes, só para me sentir vivendo, penso na morte. A morte me justifica.
Quero justificar a morte.
Será que, depois que a gente morre, de vez em quando acorda espantado?
Ou é a nossa última morte mesmo?

sexta-feira, 19 de março de 2010

Diário de Jonathan

As pessoas gostam de nos limitar como se fôssemos apenas uma coisa na vida.
Eu não sou apenas um dia.
Eu sou ontem, amanhã,Sempre!
Eu sou todos os dias da minha existência...

Diário de Jonathan

Acredito que quem destrói esse mundo mesmo são os intolerantes , que deviam se ocupar de algo produtivo no lugar de comentar vídeos de alguém que diz odiar.Uma pessoa não é vagabunda por uma orientação sexual. Somos tão dignos quanto qualquer pessoa. Onde diz que vc é maioria?Eu não vou pelo que a maioria acha ,e sim pelo que sinto. Não há nada de errado conosco.Não precisamos de cura porque sabemos que não há nada de anormal
conosco. Não lhe diz respeito com quem eu durmo,beijo,amo.Acho tão ridículo uma pessoa ter de ficar provando que é hétero . Vc não é melhor que ninguém . Se o mundo aprendesse a não enxergar as pessoas por um padrão sexual ,e sim como humanos. Com
certeza não estaria esse caos que se encontra.A vida é nossa ! Então cuida da sua ok?

segunda-feira, 15 de março de 2010

Clarice Lispector - Infelicidade Inspiradora

Clarice Lispector amou o romancista Lúcio Cardoso, homossexual, e o cronista Paulo Mendes Campos, que era casado. As paixões impossíveis alimentaram sua literatura - e ela não foi a única escritora a se nutrir do fracasso amoroso

Por José Castello

Clarice Lispector em 1961. Dois amores fracassados teriam ajudado a dar forma à sua obra

A paixão alimenta a literatura ou a enfraquece? Amar leva a escrever ou a calar? Clarice - A Vida de Clarice Lispector, biografia do jornalista norte-americano Benjamin Moser - que chegou ao Brasil [23/11/09]com o status de ser a mais completa sobre a autora de Laços de Família e Felicidade Clandestina —, sugere que, mesmo quando o amor é impossível, ele estimula a escrita. Mesmo fracassado, um amor pode ajudar a escrever.

Casada entre 1943 e 1959 com o diplomata Maury Gurgel Valente, Clarice nunca escondeu que se sentia sufocada pela vida conjugal. "Nada tenho feito, nem lido, nem nada. Sou inteiramente Clarice Gurgel Valente", escreveu em uma carta datada de 1944. Se o casamento com Maury "deu certo" - gerou dois filhos e perdurou por 16 anos - a paixão pelo romancista mineiro Lúcio Cardoso foi muito mais importante para sua escrita, mesmo "dando errado".

Quando se conheceram, em 1940, Clarice tinha 20 anos, e Lúcio - brilhante e sedutor -, 28. Mas era um amor impossível: Lúcio era um homossexual assumido. Havia, porém, lembra Moser, um segundo impedimento: os dois eram "parecidos demais". Mesmo assim, especula Moser, foi esse amor não correspondido que levou Clarice a cultivar a solidão - condição essencial para a escrita. Mais que isso: foi o fracasso no amor que a empurrou para a literatura. Por meio de Lúcio, ela passou a frequentar as rodas literárias do "grupo introspectivo", que se reunia no Bar Recreio, no Rio de Janeiro. Chegou, assim, à poesia metafísica de Augusto Frederico Schmidt e encontrou sua ascendência "mística" em Cornélio Penna e Octavio de Faria, essenciais para a sua obra. Foi Lúcio Cardoso quem sugeriu o título de seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem (1943). Foi ele, ainda, quem lhe mostrou que as anotações dispersas, que ela tomava às tontas e pareciam incoerentes, eram, na verdade, o seu método.

Nos anos 60, Clarice Lispector se aproximou de outro escritor: o cronista e poeta mineiro Paulo Mendes Campos. Desde 1959 estava separada de Maury, com quem tinha morado na Itália, Suíça e Estados Unidos. Em junho daquele ano, regressou com os dois filhos ao Brasil, apostando novamente na solidão. Em 1962, porém, envolveu-se com Paulo.

Diz Moser, com astúcia, que ele foi uma "versão heterossexual" de Lúcio Cardoso. Ambos eram mineiros, católicos, talentosos e sedutores. Eram também perdulários, boêmios e alcoólatras. Como Lúcio, Paulo exerceu uma forte influência intelectual sobre Clarice. Mas era outro amor impossível: ele era casado. Mesmo assim os dois viveram uma paixão secreta. Vínculos invisíveis os ligavam. O jornalista Ivan Lessa assim resumiu: "Em matéria de neurose, nasceram um para o outro". Clarice tentava ser discreta, mas não continha a ansiedade. Intimado pela mulher, Paulo partiu com a família para Londres. Moser avalia que o fim do romance isolou Clarice do meio literário e, de um modo mais geral, do "mundo adulto", com o qual ela teve sempre laços muito frágeis. Ela o amou até o fim de seus dias.

TENSÃO E LOUCURA

É sempre ambígua e tensa a relação amorosa entre escritores. Influenciada pela filosofia de Jean-Paul Sartre, com quem viveu uma relação heterodoxa, Simone de Beauvoir acreditava que todo amor é impossível, mas que era possível fazer muito de seus destroços. Só porque via o amor como uma experiência desastrosa, Simone conseguiu amar Sartre: não moravam juntos, não tiveram filhos e namoravam outras pessoas. Ele mais que ela. "Não somos a mesma pessoa, mas temos as mesmas recordações", Simone argumentava. Tinha certeza de que, escrevendo, ajudava Sartre a entender quem ele era.

Às vezes, como mostra a relação dos poetas Paul Verlaine e Arthur Rimbaud, a mistura de literatura e paixão resvala na loucura. Quando se aproximaram, Verlaine, um homem casado, tinha 26 anos, e Rimbaud era um rapazote de 17. Correspondiam-se. Apaixonaram-se. Verlaine se embriagou com as ideias de Rimbaud, que combatia os parnasianos, a família e a pátria. Na busca do "desregramento dos sentidos", abusaram do absinto e do haxixe. Mas brigavam sempre. Verlaine se arrependia sempre. "Volte, volte, amigo. Juro que serei bom", escreveu em carta de 1873. Numa dessas brigas, Verlaine feriu Rimbaud com um tiro no punho. Passou dois anos na prisão. A paixão os destruiu, mas ampliou os limites de sua poesia.

A mistura de amor e literatura tomou uma forma quase perfeita na figura da escritora Lou Andreas-Salomé. Brilhante e sensual, ela "devorou" o espírito de três grandes homens: o poeta Rainer Maria Rilke, o filósofo Friedrich Nietzsche e o fundador da psicanálise, Sigmund Freud. Foram amores distintos - que ela, friamente, chamava de "experiências". Com Rilke, ela viveu uma paixão intensa que esbarrou na fraqueza do poeta. Aos poucos, Lou entendeu que a poesia era, para ele, o avesso do desespero. Ficou com o melhor - o poeta - e se afastou do homem. Pragmática, escreveu: "Se você quer uma vida, aprenda a roubá-la".

Mesmo quando bordeja o desespero, a paixão sustenta a literatura. Casada em 1912 com o escritor Leopold Woolf, nem o amor salvou Virginia Woolf. Na base da paixão de Leopold por Virginia estava não só o fascínio por sua escrita, mas o desejo de salvá-la da loucura - que enfim, no ano de 1941, levou-a a afogar-se no rio Ouse. A admiração literária e o amor não garantiram a felicidade. Mas a fizeram escrever.

Também é impossível não pensar no poeta britânico Ted Hughes, cujo amor foi insuficiente para salvar a mulher, a norte-americana Sylvia Plath, do suicídio - que ela enfim cometeu em 1963. Um ano antes, cansado, Hughes a deixou. Tantas e tantas vezes a paixão não basta. Mas a importância de Hughes na poesia de Sylvia é indiscutível.

Mesmo quando se torna asfixiante, a paixão não anula a escrita. O caso entre os americanos F. Scott Fitzgerald e Zelda Sayre é uma prova disso. Em carta de 1920, Zelda escreve ao amado: "Eu jamais poderia passar sem você - ainda que me deixasse morrer de fome e me espancasse". A presença esmagadora de Scott não a impediu de escrever um belo romance como Esta Valsa É Minha, de fundo autobiográfico. Já em sua vida pessoal, o amor não lhe bastou. Em 1930, demonstrando a insuficiência da paixão para sustentar uma vida, Zelda foi internada como louca.

Nem todos, como o argentino Adolfo Bioy Casares, tiveram a sorte de transformar a parceria amorosa - no caso, o casamento com a escritora Silvina Ocampo - em fecunda parceira literária. Juntos, escreveram Quem Ama, Odeia, novela simples, mas inspirada, que resume um pouco não só os paradoxos da paixão, mas as relações tensas, porém produtivas, entre amor e literatura.

Adolfo e Silvina são, provavelmente, uma exceção. Mesmo quando fracassa, porém, um amor pode salvar um escritor.

------

José Castello é escritor e jornalista, autor de A Literatura na Poltrona, entre outros.

Clarice: a história de uma foto, por Claudia Andujar


A fotógrafa Claudia Andujar relembra o encontro com Clarice Lispector, em 1961, quando fez a foto que hoje ilustra a capa da biografia Clarice, (lê-se “Clarice vírgula”), de Benjamin Moser.

“Fui à casa de Clarice Lispector para fotografá-la a pedido da revista Claudia, que naquele ano de 1961 preparava uma reportagem sobre a escritora. Pouco me lembro daquele dia perdido no tempo, mas há detalhes que guardo para sempre.
Ninguém da revista me acompanhava e fui recebida com muita simpatia por aquela mulher linda, vestida com simplicidade e elegância.
Conversamos pouco. Quis deixá-la à vontade para a foto, e perguntei como gostaria de se posicionar. Se não me engano, a ideia de sentar diante da máquina de escrever e começar a trabalhar em algum texto foi de Clarice. E então ela se deixou absorver pelo ato de escrever, completamente entregue, sem quase notar minha presença.”

terça-feira, 9 de março de 2010

Os 100 discos “mais gays” de todos os tempos

A revista norte-americana “Out”, voltada para o público gay, escolheu o clássico de David Bowie, “The Rise And Fall Of Ziggy Stardust & The Spiders From Mars”, como o disco mais gay de todos os tempos.O álbum, que conta com sucessos como “Starman” e “Five Years”, deixou para trás outros nomes conhecidos, como The Smiths, Tracy Chapman e Elton John.
O top 100 foi organizado com diversos jurados, não só da música, mas também atores e personalidades.
Veja a lista com os 100 discos "mais gays"de todos os tempos:
1 – The Rise And Fall Of Ziggy Stardust & The Spiders From Mars – David Bowie(1972)

2 – The Smiths – The Smiths(1984)

3 – Tracy Chapman – Tracy Chapman(1988)

4 – Indigo Girls – Indigo Girls(1989)

5 – Judy at Carnegie Hall – Judy Garland(1961)

6 – The Queen Is Dead – The Smiths(1986)

7 – Goodbye Yellow Brick Road – Elton John(1973)

8 – The Immaculate Collection – Madonna(1990)

9 – She´s So Unusual – Cyndi Lauper(1983)

10 – I am a Bird Now – Antony and the Johnsons(2005)

11 – Trilha sonora de Rock, Amor e Traição – Vários(2001)

12 – The Velvet Underground & Nico – The Velvet Underground & Nico(1967)

13 – Dilate – Ani DiFranco(1996)

14 – The Innocents – Erasure(1988)

15 – Faith – George Michael(1987)

16 – A Night at The Opera – Queen(1975)

17 – Transformer – Lou Reed(1972)

18 – Listen Without Prejudice – George Michael,Vol. I (1990)

19 – The B-52´s – The B-52´s(1979)

20 – A Day At The Races – Queen(1976)

21. David Bowie, Hunky Dory (1971)
22. The Gossip, Standing in the Way of Control (2006)
23. Deee-Lite, World Clique (1990)
24. Sylvester, Living Proof (1979)
25. k.d. lang, Ingénue (1992)
26. Scissor Sisters, Scissor Sisters (2004)
27. Eurythmics, Sweet Dreams (Are Made of This) (1983)
28. Queen, The Game (1980)

29. Pet Shop Boys, Actually (1987)
30. Diana Ross, Diana (1980)
31. Sarah McLachlan, Fumbling Towards Ecstacy (1993)
32. The Smiths, Meat Is Murder (1985)

33. The Smiths, Hatful of Hollow (1984)

34. Donna Summer, Bad Girls (1979)
35. Yaz, Upstairs at Eric's (1982)
36. Madonna, Erotica (1992)
37. Blondie, Parallel Lines (1978)
38. Dusty Springfield, Dusty in Memphis (1969)
39. Laura Nyro and Labelle, Gonna Take A Miracle (1971)
40. Pet Shop Boys, Behavior, (1990)
41. Melissa Etheridge, Yes, I Am (1993)
42. ABBA, Gold (1992)

43. Prince, Purple Rain (1984)
44. Pet Shop Boys, Very (1993)
45.Bikini Kill, Pussy Whipped (1993)
46. Madonna, Ray of Light (1998)
47. The Magnetic Fields, 69 Love Songs (1999)
48. Cris Williamson, The Changer and the Changed (1975)
49. Patti Smith, Horses (1975)

50. Rufus Wainwright, Poses (2001)
51. Frankie Goes to Hollywood, Welcome to the Pleasuredome (1984)
52. Kate Bush, Hounds of Love (1985)
53. Culture Club, Colour by Numbers (1983)

54. Tori Amos, Little Earthquakes (1992)
55. David Bowie, Diamond Dogs (1974)
56. Team Dresch, Personal Best (1994)
57. Prince, Dirty Mind (1980)
58. Liz Phair, Exile in Guyville (1993)
59. Bronski Beat, The Age of Consent (1984)
60. R.E.M., Automatic for the People (1992)
61. Sleater-Kinney, Dig Me Out, (1997)
62. Jeff Buckley, Grace (1994)
63. Björk, Debut (1993)
64. Patti Smith, Easter (1978)
65. Le Tigre, Le Tigre (1999)
66. Soft Cell, Non-Stop Erotic Cabaret (1981)
67. Hüsker Dü, Candy Apple Grey (1986)
68. Nirvana, Nevermind (1991)

69. Frances Faye, Caught in the Act (1959)
70. Coletânea do espetáculo Rent, (1996)
71. Elton John, Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy (1975)

72. Donna Summer, Once Upon a Time (1977)
73. Coletânea, Fame soundtrack (1980)
74. Michael Jackson, Off the Wall (1979)
75. Carole King, Tapestry (1971)
76. Ani DiFranco, Imperfectly (1992)
77. New Order, Substance (1987)
78. Coletânea The Rocky Horror Picture Show (1975)
79. T. Rex, Electric Warrior (1971)
80. Rufus Wainwright, Want One (2003)
81. Scissor Sisters, Ta-Dah (2006)
82. Cher, Believe (1998)
83. Bette Midler, The Divine Miss M (1972)
84. Cyndi Lauper, True Colors (1986)

85. Nina Simone, Anthology (2003)
86. Madonna, Madonna (1983)
87. Madonna , Confessions on a Dance Floor (2005)

88. Hüsker Dü, Zen Arcade (1984)
89. Fifth Column, To Sir With Hate (1986)
90. Kate Bush, The Kick Inside (1978)
91. Grace Jones, Nightclubbing (1981)
92. Morrissey, Viva Hate (1988)

93. Sade, Lovers Rock (2000)
94. Coletânea do espetáculo Hair, (1968)
95. Culture Club, Kissing to Be Clever (1982)
96. Nick Drake, Bryter Layter (1970)
97. Janis Ian, Between the Lines (1975)
98. Ferron, Testimony (1980)
99. Joni Mitchell, For the Roses (1972)
100. The Beatles, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967)